sábado, 24 de setembro de 2011

O CASO TUSKEGEE

Recentemente o governo americano reconheceu ser responsável, na década de 1940, pela morte de 83 guatemaltecos durante experimentos médicos, nos quais cerca de 1300 pacientes foram infectados com doenças sexualmente transmissíveis, tais como gonorreia e sífilis. Os voluntários; como quase sempre acontece nesse tipo de experiência; não sabiam dos riscos envolvidos.
Isto me fez lembrar um email que enviei para uma grande amiga minha em 2009 no qual eu dissertava sobre assunto semelhante, o qual vou reproduzir uma parte agora:

“O CASO TUSKEGEE

De 1932 a 1972 o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos da América realizou uma pesquisa, envolvendo 600 homens negros, sendo 399 com sífilis e 201 sem a doença, no estado do Alabama. Este estudo ficou conhecido como Caso Tuskegee. O objetivo do Estudo Tuskegee, nome do centro de saúde onde foi realizado, era observar a evolução da doença, livre de tratamento. Não fora dito aos pacientes que eles tinham a doença nem sobre os seus efeitos (Apenas disseram que eles tinham algo chamado “Sangue Ruim”). Os voluntários, além de terem o real diagnóstico e prognóstico de evolução da doença omitidos, também foram excluídos de atendimento na rede americana de hospitais, pois havia uma lista com seus nomes e a proibição expressa de que estes fossem submetidos a qualquer tipo de tratamento.”

Bem, experimentos médicos e científicos heterodoxos não são novidades na história recente da humanidade, basta lembrar que, durante este mesmo período, os nazistas submeteram ciganos e judeus a práticas semelhantes.
O que me passou despercebido, à época que escrevi o referido email, mas que agora me salta aos olhos é a similaridade com uma situação que acontece aqui no meu quintal.
A Bahia está enfrentando, há quase 3 anos, surtos crescentes de meningite. Do início do ano até este presente momento, cerca de 76 casos foram notificados, de onde podemos estimar que os episódios não notificados ou não diagnosticados devem elevar este número à casa das centenas.
A atitude do governo estadual em negar veementemente a consolidação de uma epidemia, e a recusa em vacinar preventivamente a população me faz lembrar o famigerado Tuskegee.
Será que estamos sendo submetidos a algum tipo de experimento?
Para os amantes da Teoria da Conspiração estou pensando em um nome para dar a este experimento - talvez, Caso Tupiniquim. Mas como tenho uma imaginação muito fértil, pode ser que na verdade não seja um Caso e sim um (Des)caso.

Um comentário:

  1. Descaso, acaso, a maior importância para os 'tais' é que todos morram a mingua, sem respeitar eira nem beira das periferias das grandes cidades, a questão ainda mora ao nosso lado, e infelizmente a humanidade se acostuma e se conforma com essas barbáries.
    Parabéns pelo seu artigo.

    Beijinhos

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